Há uma doce nostalgia nas pequenas coisas da terra.
Há um véu tímido de neblina matinal.
As gotas de orvalho escorrem pelos vidros das janelas. Lá
fora cheira a pão cozido e os galos desafiam-se para nos darem os bons dias,
qual despertadores.
Ouvem-se os
passarinhos, os cães das casas dispersas e algumas galinhas da vizinhança. Gosto
desta pacatez... da sensação de desafogo que me proporciona!
Gosto
de colher as alfaces que cumpriram o seu dever. É só arrancar...passar por
água, temperar com um fio de azeite, vinagre, coentros e acompanhar o jantar.
Ao fim da tarde cheira a lume, podemos ver o fumo a sair
de cada chaminé. São as casas que começam a ser aquecidas para enfrentar mais
uma noite gelada.
A magnólia já está em flor a salpicar de branco a entrada
do alpendre.
Os vizinhos batem à porta
para nos oferecerem produtos do fumeiro e da horta e darem permissão para lá
irmos sempre que precisarmos.
Não há nada
como viver no campo e conviver com a natureza. Comer fruta diretamente da
árvore sem receio de químicos, acordar com o silêncio profundo das manhãs de neve, adiar
a hora de jantar para assistir a um espectáculo de relâmpagos, sentados no
jardim, ou embrulharmo-nos em sacos-camas para numa noite de Inverno ficar a
contar estrelas cadentes, apontando constelações num céu limpo e um ar liberto
de poluição sonora.
2 comentários:
alfazema,
um blog de carinho, reflexão, de vida pulsante...
beijinhos
Noeli
beijinhos
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