20.9.13

As novas palavras
Tempos houve em que as palavras tinham um outro sabor. Um sabor claro , elegante e inteligente.
As palavras são uma parte importante do ar que respiramos. São quem nos alimenta a vida em família ou na sociedade em geral. Como seria o nosso pensamento se não existissem palavras?
As palavras diziam, significavam, sorriam, excitavam.
Esmagadas neste tempo de ruído, as palavras estão a sumir-se, a mirrar, a esvaírem-se. Estão a ficar magras e secas.
Se uma imagem vale mais que mil palavras, como dizem, de que valeria a imagem se não existissem palavras?
Como é triste a escassez que têm agora as palavras nas rádios/toca-discos dos nossos dias. E o vazio dos programas das nossas televisões. Que pálidos murmúrios, que pobreza de palavra.
As palavras são tudo o que temos, quando já não temos quase mais  nada. são a matéria prima das ideias, são as alavancas da ação, são as legendas dos nossos próprios sonhos.
As palavras são a voz do coração, disse Confúcio.
 Não vejo onde está o coração de palavras como “tásse bem”… “boralá”… “lol”… “chunga”…”bué”… ou “bora bazar”… entre tantas outras cada vez mais usadas pelos mais jovens.

São palavras que arranham, que não podemos vestir de cetim e veludo, que não sussurram , não se perfumam.
Já imaginaram dois jovens apaixonados a murmurar ao ouvido  - meu ganda chungaaaa….!


Um outro Cisne