9.4.13

terra

Esta terra é nossa - dizem.
Esta terra lembra o desalento do nada
a saudade do verde que se teima em querer durar na nossa vida
Falam de feridas abertas
onde a dor se acende e o vento morno nos embala
A irmã lua ainda dança
para a gente cantar
A mãe lua ainda chama
para a gente dançar...

E se quisermos dobrar a alma
e tecer a tristeza em toques de veludo e de urze despida,
estamos à vontade e à frente do tempo e dos tempos

Vale o cântico desta terra
a fonte que não seca
o xisto que constrói pontes dentro de nós

Onde quer que eu vá
em toda a parte
onde quer que o sonho e a fadiga telúrica me leve,
hei-de lembrar-me de ti.

Terra minha. Terra nossa.

5.4.13

O Tempo está a contar



O futuro de Portugal não se pode decidir apenas pelo que se está a fazer –
ou a desfazer –, hoje, no país. Mas muito mais pelo que foi feito ontem tal como pelo que se espera possa ser feito amanhã.

Olho o passado sem nostalgia nem complexos. Olho o passado com o rigor e a paixão de quem passa pelo presente com a firmeza de estar sempre a meio caminho entre o que foi e o que será.

Ouço dizer que a tradição já não é o que era, mas sou tradição – uma tradição combinada com a juventude que desperta em força e potencialidades. Uma juventude que aguarda que lhes entreguem os manuais para o novo tempo. E o tempo está a contar… porque a cada dia já é tarde demais.

Portugal deixou para trás, no seu trajecto milenar obras  de que nos orgulhamos.

Na perspectiva de que a Cultura é o voo mais sereno e infinito dos homens, podemos dizer que Portugal se despiu de fantasmas, furou paredes de mármore e que cada um de nós saltou fronteiras e foi embaixador do seu berço amado.

Vamo-nos abstrair dos governos, das crises, dos erros e das falências, dos impostos e de tudo o que nos provoca uma imensa desconfiança no futuro.

Vamos  apostar  num futuro cheio de  esperança, com gente nova capaz de reinventar o novo mundo e que nos faça voltar a encher de orgulho e entusiasmo, porque quem pode fazer mais por nós, somos nós mesmos.